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O Sistema : dentro e fora, como preferes estar?

 

 

Chegamos aqui em dezembro e  tínhamos uma grana para receber logo que chegássemos, não rolou  tão "logo" assim e ficamos um bom tempo aqui sem dinheiro algum... nenhum mesmo, o cartão de créidto estava já sem limite e ficamos por conta do sistema de crédito local: um fichário no mercadinho onde são anotadas as compras  com a expectativa que em algum momento eleas sejam pagas.  Mas não vim aqui a falar das  poucas penúrias passadas por escolha própria e por absoluta falta de planejamento, quero tentar falar sobre uma outra coisa, sobre a nossa relação com o nosso sustento nessa vida.  O entneidmento de que aonde quer que você esteja, sempre tem a capacidade  se transformar no seu próprio sustento. Geralmente pensamos e criamos uma expectativa que o nosso sustento está fora de nós, em algum emprego, lugar, mas geralmente fora de nós. Com certeza isso tem um senso comum facilmente justificado fomos  todos educados para ter bons empregos e buscar isso, essa trajetória de estudo e cursos, etc.

 

O problema dessa equação é quando não existe o "emprego" e precisamos aprender a olhar para o " mercado" e pensar como posso produzir sustento a curto, médio e longo prazo aqui?  que coisas eu sei, tenho em mim que podem ser transformadas em algum tipo de trabalho que as estruturas do local podem absorver de alguma forma? Digo de alguma forma porque existem muitas formas de ganhos que não são necessariamente dinheiro, mas que representam alguma forma de sustento para as pessoas.  O que pretendo falar um pouco aqui é sobre os ciclos de retorno que os trabalhos nos quais nos engajamos determinam. Existem funções e produtos que geram ciclos bastante curtos de retorno e outras cujo o retorno pode demorar anos, mais que transformam radicalmente a capacidade que nós temos de sermos o nosso próprio sustento e por isso depender cada vez menos do mercado. Essas possibilidades resignificam totalmente a nossa vida, mas é preciso paciência para colher os frutos dessas escolhas,  pois elas são mais difíceis de serem " remuneradas" como estamos acostumados, uma questão de tempo e afastamento, dar um passo para dentro para ampliar o que está fora.

Pois então que aqui acabamos conhecendo várias histórias maravilhosas de pessoas que conseguem se equilibrar muito bem nessa balança, claro que os seus sonhos estão bem distantes dos sonhos de consumo  comum.. o que importa aqui é o sentido do viver, assim, elas vêm há tempos fazendo um pouco de cada coisa, de parto a atracamento de navios.. ops.. em rios.. e realizam coisas excepcionais, inimagináveis , pelo menos seriam para mim enquanto estava lá,  na cidade grande. Usarei este espaço aqui para compartilhar um pouco dessas histórias maravilhosas que nos inspiram a arriscar um pouco mais nessa vida e ir mais além do que as nossas mentes doutrinadas nos permitiriam. Fazer a vida valer a pena de ser vivida, afinal, quando partirmos daqui, não conseguiremos levar muita coisa mesmo.. é bom então começar a viver de verdade, pois as coisas, essas ficarão pra trás. Afinal dentro e fora pode também ser apenas uma questão do lugar de onde se olha. Quando escolhemos estar dentro de nós, estaremos sempre fora de qualquer sistema.

Abaixo está a campanha para um filme/projeto de Rafael, o ex-companheiro da linda e doce Ariane, ele filmou a cultrua dopovo da estrada que vive a circular pela BR.  Um filme sensível e rico, abaixo a chamada e o filme. Curtam e compartilhem com os amigos , coisa boa a gente precisa fazer girar né? 

 

Malucos da BR- A reconfiguração do movimento Hippie no Brasil

 

 
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